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Atacama, o deserto vivo do chile

MANDALA NO MUNDO

ATACAMA, O DESERTO VIVO

Aos pés da cordilheira gelada dos Andes, existe um lugar onde as nuvens não chegam: é o Atacama. O deserto que um dia foi mar. Aqui, onde se encontram as terras mais secas do planeta, descobri também um mundo de cores. Apreciei o espetáculo dos Gêiseres de Tatio, um balé de águas ferventes que jorram diante dos Andes. A vida nas alturas abriga lhamas, alpacas, vicunhas e a surpreendente biscacha.

Montanhas de neve, areias de todos os tons, lagoas dez vezes mais salgadas que o próprio mar e o lago mais alto do mundo. Paisagens belíssimas que você pode usar como papel de parede no seu computador. Mesmo nas áreas aparentemente mais áridas e sem vida, o inesperado surge no meio do caminho, como a neve, que em 2018, ano da minha última visita, surpreendeu a todos e mudou muito a paisagem. Em alguns pontos chegou a dois metros de altura. O branco, que quase cega, também confunde. Como imaginar que se está no deserto com esse cenário?

“Quando você chega lá, e é surpreendido por aquele momento ímpar, nada faz mais sentido do que aquela frase do guia chileno “Es un cansansio lindo”.

HUMBERSTONE: A CIDADE FANTASMA

O deserto é um dos lugares menos povoados do hemisfério sul. Mas aqui ainda existe resquícios de uma cidade fantasma que o tempo não apaga.

Quando se pensa em cidade abandonada, ou cidade fantasma, geralmente o que vem à cabeça é aquela velha imagem de filme americano de faroeste. Mas, no Atacama, não é cenário, não é truque de cinema. Existe de verdade: Humberstone

A cidade foi construída por mineradoras inglesas em 1872. Tudo foi planejado para dar muito conforto a seus funcionários. Igreja, praça, e até uma piscina olímpica, feita de ferro, onde se realizavam competições!

No auge da extração, Humberstone abrigou mais de quatro mil moradores. Mas com a descoberta de salitre artificial na Europa, a decadência foi inevitável.

Na cidade fantasma do Deserto do Atacama, muita coisa foi mantida praticamente como no passado: um teatro, por exemplo, com capacidade para 350 pessoas, onde grandes artistas se apresentavam e vivia lotado. Hoje está vazio e silencioso. Faz parte de uma cidade fantasma, que é uma espécie de museu a céu aberto e um patrimônio da humanidade.

As ruas desertas são como fantasmas de um tempo de luxo e riqueza. Uma história real que ficou no passado sem final feliz.

APAIXONADOS PELO ESPAÇO SIDERAL

O Chile concentra maior número de observatórios astronômicos do mundo.7

Astrônomos acreditam que aqui, nas próximas décadas, vão conseguir desvendar um dos mistérios que intriga a humanidade: há vida fora da Terra?

Descobertas feitas no Atacama dão a cientistas a esperança de encontrar vida em Marte. O deserto virou área de testes na busca por vida naquele planeta. A equipe da cientista chilena Rose Merinez procura vida escondida no solo seco do Deserto do Atacama, no norte do Chile. “O lugar é muito parecido com Marte, mas é preciso procurar bastante. Por mais simples que seja essa vida – uma bactéria ou um vírus -, não é fácil sobreviver num lugar tão inóspito.”, explica. “Por incrível que pareça, existem microrganismos que sobrevivem. E se sobrevivem no Atacama, por que não em Marte?” indaga Rose Merinez

O universo desafia a compreensão humana. Como surgiram as estrelas? De onde vieram as galáxias? Para onde elas vão? Segundo cientistas, aqui é um dos melhores lugares do planeta para a observação de estrelas: o céu fica limpo, em média, 300 noites por ano. Cientistas ou simplesmente curiosos, não importa…. Olhar para o céu do norte do Chile é um privilégio para poucos.

GÊISERES DE TATIO

A visita a lugares de maior altitude, como os gêiseres El Tatio, exige certo preparo. O jantar na noite anterior deve ser leve, evitando comer carnes ou bebidas alcoólicas, por mais difícil que seja resistir ao vinho chileno.

A saída é por volta das 6h com a temperatura nas montanhas em torno de 2°C. Antes de partir, nada além de café ou chá de folha de coca para evitar enjoar na viagem de uma hora e meia por uma estrada cheia de curvas e uma subida de mais de dois mil metros.

De longe é possível ver a fumaça de 80 gêiseres que fazem deste campo uma das atrações mais impressionantes do Atacama, ao norte de San Pedro. Para assistir ao período de maior atividade, é preciso chegar cedo, pois o ar frio da manhã faz com que o vapor fique mais denso, podendo atingir seis metros de altura e uma temperatura de 85°C.

A cerca de 4.200 metros de altitude, a fumaça é proveniente do contato de um rio subterrâneo gelado com rochas quentes típicas de regiões vulcânicas.

VALE DA LUA

No fim do dia, um passeio ao Valle de La Luna é ideal para assistir ao pôr do sol. O vale foi assim batizado por Gustavo Le Paige pela semelhança com a Lua. O terreno tem grandes formações rochosas, como as Três Marias, esculpidas pelo vento, compostas por minerais e sal de mais de um milhão de anos.

Quando o brilho da lua aparece no horizonte confunde a cabeça de todos. Parece um amanhecer… para a noite! Ao lado, como a perfeição de uma orquestra sinfônica, o sol se esvai em despedida.

Faz frio e na maioria das vezes a temperatura é negativa. Tem que acordar de madrugada. Bate um medo do mal de altitude e da estrada sinuosa. O sedentarismo manda lembranças e você se pergunta por que faltou mais de um mês na academia. Assim começa o passeio para os Gêiseres de Tatio

Quando você chega lá, e é surpreendido por aquele momento ímpar, nada faz mais sentido do que aquela frase do guia chileno “Es un cansansio lindo”.

As termas de Puritama formam mais um oásis no deserto. A água das piscinas naturais é quentinha: 30ºC. Mas não dá para esquecer que se trata de um lugar de extremos. No deserto, quando tem sol, vem um calor escaldante que ninguém aguenta. Mas quando se está na sombra, é um frio de rachar.

Todo o lugar é protegido por enormes paredões que quase impedem a passagem dos raios de sol. Dizem que essas águas são boas para a saúde, e que curam principalmente reumatismo. Mas a verdade é que quem vai às Lagunas Altiplânicas não está em busca de tratamento, mas simplesmente aproveitando a oportunidade rara de  se sentir  num oásis em pleno deserto.

LAGUNAS ALTIPLÂNICAS

O silêncio domina por aqui. Ele só é quebrado pelo som dos nossos próprios passos em contato com a areia e pelo ruído das câmeras e celulares dos companheiros de aventura.

Miñirque e Miscanti fazem a alegria de todo fotógrafo, viajante, observador de pássaros ou de qualquer um que passe por ali a fim de observar esse belo espetáculo da natureza.

LAGUNA CEJAR

A laguna é famosa porque ali qualquer pessoa bóia sem esforço. Os locais afirmam que sua concentração de sal é maior até que a do Mar Morto. Os mais corajosos ( fui um deles ) encaram a água fria para sentir como é ser bóia por um dia em companhia dos flamingos que habitam a lagoa vizinha.

VALE DO ARCO-ÍRIS

Para encerrar a viagem, vale visitar o Valle de Los 7 Colores, ou Vale do Arco-Íris, que tem este nome por conta dos minerais plutônicos que compõem as colinas que, em contato com o oxigênio, adquirem cores variadas.

Majestosas, testemunhas de um passado distante, as pedras têm cores variadas por causa dos minerais que existem na terra. Cobre, prata, ferro, alumínio, enxofre, carvão, entre muitos outros. O Atacama é riquíssimo em muitos minerais. Um desses minérios fez história: o salitre, que provocou uma espécie de corrida do ouro há mais de 130 anos.

De volta à estrada para San Pedro, há um solitário Cardón de Rio Grande, cacto de quase 3m de altura, com idade estimada em 300 anos.

Há vulcões, lagos e solo fértil. Jatos de vapor jorram da terra. A vida brota no chão seco. Surge entre as pedras e aparece no ar. A natureza bruta resiste e encanta. São vestígios de um passado distante, um caminho aberto para o futuro. O frio é intenso e o calor, sufocante. Tudo junto, em um cenário mutante, coberto de cores e cercado por cordilheiras geladas que recortam o horizonte.

Um artigo escrito por

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